21 de setembro: Dia Mundial do Alzheimer
O geriatra Dr. Roni Chaim Mukamal explica como a prevenção ajuda a afastar chances da doença se instalar
Nesta terça-feira, 21 de setembro, é celebrado o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, uma iniciativa mundial que tem como objetivo combater o estigma e a desinformação sobre esta que é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em idosos. Apesar de não ter uma cura, o Alzheimer é tratável e pode ter seus efeitos atenuados com medicamentos específicos, reabilitação cognitiva, exercício físico e bastante apoio familiar, além de hábitos saudáveis contribuírem para afastar a instalação da doença ou minimizar as suas consequências.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ao menos 30 milhões de pessoas são afetadas em todo o mundo. No Brasil, a projeção é de que cerca de 2 milhões de idosos tenham a doença. A melhor forma para o diagnóstico é a consulta com um geriatra, que conduzirá o exame clínico e complementar para o correto tratamento.
“Ocasionalmente, ter pequenos esquecimentos, perder objetos ou ter ou ficar mais distraído e levar mais tempo para lembrar podem ser efeitos do envelhecimento da memória, que não são Alzheimer”, explicou o geriatra da MedSênior, Dr. Roni Chaim Mukamal. Contudo, é preciso ficar atento quando as situações se tornam muito recorrentes e tenham outras manifestações, como esquecer-se de compromissos; dificuldade em recordar informações recentes ou de acompanhar conversas; interpretações equivocadas de estímulos externos e dificuldade em encontrar palavras para se expressar.
O geriatra ressalta que o Alzheimer é a demência mais comum após os 60 anos, mas é importante que se comece a pensar nela o quanto antes, pois é possível reduzir o risco de desenvolvê-la com hábitos saudáveis.
“Manter a cabeça ativa, o interesse por aprender coisas novas e se exercitar contribuem para aumentar as conexões cerebrais e podem reduzir o risco ou minimizar a doença”, ressaltou Roni Chaim Mukamal.
No caso do Alzheimer, é preciso não apenas o diagnóstico médico, mas também da atuação integrada de outros profissionais, que vão trabalhar para estimular ou minimizar as perdas que esses pacientes virão a ter, como fisioterapeuta, nutricionista e fonoaudiólogo, por exemplo.
Atitudes para a prevenção
Mantenha a cabeça em funcionamento
Estudos comprovam que ler, estudar, desenvolver novas habilidades e conviver com diferentes tipos de pessoas estimulam os neurônios a estabelecerem mais conexões entre si. Quanto maior for essa comunicação entre as células nervosas, maior capacidade terá o cérebro de contornar eventuais falhas e até retardar a manifestação de demências.
Durma bem
Uma boa noite de sono é essencial para manter a cabeça em ordem. É nesse período que gravamos tudo o que aprendemos. O ideal é um repouso sem interrupções e relaxar antes de ir para a cama.
Pratique exercícios físicos
Pesquisas mostram que a atividade física protege contra demências. Os mecanismos envolvidos nesse processo ainda não são totalmente conhecidos, mas sabe-se que a atividade física libera neurotrofinas, substâncias que ajudam na memória.
Tenha uma alimentação balanceada
Comer de forma equilibrada é muito importante para manter o corpo saudável. Alimentos recomendados para afastar doenças cardiovasculares também ajudam no caso do Alzheimer: frutas, verduras, cereais, peixes, azeite e o consumo moderado de vinho.
Controle as doenças preexistentes
O controle rigoroso de doenças como hipertensão, diabetes, colesterol ajuda tanto na prevenção de doenças cardiovasculares como no caso da doença de Alzheimer.
Tenha atividades sociais
O cérebro precisa de estímulo e interesse pelo mundo para que as ligações entre os neurônios não se desfaçam, não dando a chance para o Alzheimer se instalar. Mantenha-se sempre curioso e interessado no mundo, busque aprender coisas novas, mantenha-se envolvido em atividades sociais, como grupos de amigos, livros ou causas sociais.