Garis iniciam greve estadual e moradores amanhecem com lixo em suas portas

Segundo o sindicato da classe, a paralisação só deve ser finalizada quando tiverem suas reivindicações atendidas

Várias cidades do Espírito Santo amanheceram, nessa segunda-feira (21), com a notícia da paralisação estadual dos funcionários da área de limpeza urbana, principalmente, de recolhimento de lixo.

Em Cachoeiro de Itapemirim, a informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Manutenção e Serviços de Cachoeiro de Itapemirim (Semmat) que informou que, no início da manhã dessa segunda-feira (21), foi surpreendida com o anúncio de uma paralisação das atividades dos profissionais das empresas prestadoras dos serviços de limpeza urbana, coleta e tratamento de resíduos, como resultado de uma mobilização estadual da categoria.

Em nota, a secretaria salientou que “toda a sua equipe própria de limpeza está nas ruas, buscando minimizar os efeitos da paralisação. Entretanto, a maior parte dos serviços ficará prejudicada, temporariamente. A Semmat espera que o impasse seja resolvido o mais breve possível, para que todos os serviços sejam integralmente restabelecidos para a população”.

Motivo da greve

Segundo o Sindilimpe-ES, sindicato da classe trabalhadora, o movimento foi adotado após anos de tentativas e conversas buscando melhorias para os funcionários do setor. Como não foram ouvidos, resolveram aderir à greve e, só devem retornar ao trabalho, quando tiverem suas reivindicações atendidas.

Entre as exigências solicitadas pelo sindicato estão:

• Equiparação salarial dos municípios do interior com o da Grande Vitória;
• Fornecimento do lanche obrigatório em forma de ticket;
• Plano de saúde integral com coberturas para cirurgia e internação;
• Ticket alimentação para trabalhadores que estiverem afastados pelo INSS;
• Adicional de periculosidade para jardineiros e operadores de roçadeira, além de profissionais que atuam na capina e na poda de árvores.

O que diz as empresas

O Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana do Espírito Santo (Selures) disse em nota que foi surpreendido pelo movimento paredista ilegal, visto que no último mês de janeiro, fechou Acordo em Convenção Coletiva de Trabalho, estando a mesma registrada no Ministério Público do Trabalho, onde os trabalhadores representados pelo Sindilimpe-ES aceitaram reajuste de 10,16%. Além do fornecimento de lanche por meio das empresas, composto de um pão com manteiga, uma fruta e um suco e, que somente na impossibilidade do fornecimento do mesmo, e de escolha das empresas de limpeza urbana, a substituição por um valor correspondente em dinheiro.

A Selures informou ainda que repudia o uso pelo sindicato trabalhista de subterfúgios ilegítimos e que desconsideram o bem-estar de sua própria categoria. E registra que está tomando todas as medidas necessárias para fazer cessar esse ato de descumprimento da CCT e da lei.

Por enquanto, não há previsão de quando a greve será finalizada. Enquanto isso, moradores do todo o Estado amanheceram com o lixo em suas portas.