Eleições italianas: Meloni pede unidade após vitória eleitoral
Partidos conservadores garantem o controle das duas casas do parlamento italiano
Uma aliança de direita liderada pelo partido Irmãos da Itália de Giorgia Meloni ganhou a maioria no próximo parlamento italiano nas eleições realizadas no domingo (25/09) conforme já era previsto em todas as pesquisas realizadas nos últimos dias, inclusive a pesquisa de boca de urna.
Meloni, 45, como líder do maior partido da coalizão, também provavelmente se tornará a primeira mulher primeira-ministra da Itália.
Se formos chamados a governar esta nação, faremos isso por todos os italianos, com o objetivo de unir o povo, exaltar o que os une e não o que os divide”, disse Meloni. “Nós não vamos trair sua confiança.”
Ela prometeu ainda apoiar a política ocidental para a Ucrânia e não assumir riscos indevidos com a terceira maior economia da zona do euro.
As apurações dos votos na madrugada da segunda-feira (26/09) indicaram que o bloco de partidos conservadores, que inclui também a Liga de Matteo Salvini e o partido Forza Itália de Silvio Berlusconi, teve o suficiente para garantir o controle das duas casas do parlamento.
A Itália tem um histórico de instabilidade política e o próximo primeiro-ministro liderará o 68º governo do país desde 1946 e enfrentará uma série de problemas, principalmente o aumento dos custos de energia e os crescentes ventos econômicos.
Representantes de expatriados
Estas eleições serviram também para eleger parlamentares para representar as comunidades de expatriados onde dois deputados e um senador de Roma foram indicados por cidadãos italianos moradores nos países da América do Sul em um sistema de voto pelo correio.
No Brasil mais de 430 mil eleitores estavam aptos a votar e um grande número de “capixabas/italianos” receberam as cédulas de votação com os partidos e relação de candidatos elegíveis. O estado do Espírito Santo possui muitos cidadãos italianos e estes votos de fora da Itália, precisavam ser enviados até o dia 22/09.
Andrea Matarazzo e Emerson Fittipaldi eram os candidatos “do Brasil” ao senado, mas a Argentina, por ter um número maior de moradores/eleitores, historicamente fica com o senador mais votado e este ano não foi diferente e o ítalo/argentino Mario Borghese foi o vencedor com quase 60.000 votos contra pouco mais de 37.000 para Fittipaldi e 30.500 para Matarazzo.
Já para a Câmara dos Deputados, o italiano radicado no Brasil Fábio Porta foi um dos eleitos e Tirelli Franco ficou com a outra vaga.
Certamente o resultado geral deve estar soando alarmes nas capitais europeias e nos mercados financeiros, dado o desejo de preservar a unidade no confronto com a Rússia e as preocupações com a assustadora montanha de dívidas da Itália.
Fontes: Reuters e Folha de São Paulo