Argentina é campeã do mundo no Catar, mas não foi fácil
Final parecia que seria resolvida pela Argentina no tempo normal, mas a França conseguiu levar para a prorrogação e a partida só foi resolvida nos pênaltis
Por Marcos Libardi
Argentina e França se enfrentaram, neste domingo (18), no estádio de Lusail no Catar, em jogo que decidiu o título de campeão da Copa do Mundo 2022 com uma Argentina arrasadora no primeiro tempo com jogadas ousadas com Di Maria jogando pela esquerda, Messi desequilibrando e um meio de campo brigador por todas as bolas. Do outro lado, a equipe da França não conseguia se encontrar e parecia que assistia ao jogo de dentro do campo.
Ainda antes do intervalo, o técnico da França, Didier Deschamps, viu a necessidade e fez duas alterações para tentar equilibrar o jogo que já estava de 2 X 0 para a Argentina e colocou Randal Muani no lugar de Dembelê e Thuram no lugar de Giroud numa tentativa de interromper os ataques de Di Maria que continuaram acontecendo.
Os gols
O primeiro gol foi aos 23 minutos do primeiro tempo em jogada individual de Di Maria pela esquerda que depois de um drible sensacional, foi derrubado por Dembelê dentro da área e Messi cobrou com perfeição para decretar 1 X 0.
Aos 36′, em jogada iniciada por Messi que “colou” a bola no pé durante todo o jogo e terminou nos pes de Di Maria que só teve o trabalho de empurrar para o gol não dando chance para Lloris e aumentando o placar para 2 X 0 e fazendo o craque Di Maria chorar de emoção na sua última copa do mundo.
Apesar da França ter voltado para o segundo tempo com um pouco mais de organização, os erros individuais continuam e seus principais destaques Mbappê e Griezmann pareciam não conseguir jogar, mas ainda assim, conseguiram crescer no jogo.
Aos 35′ do segundo tempo o juiz marcou pênalti em cima de que, Mbappê cobrou no canto esquerdo do goleiro Martinez que ainda foi na bola mas não conseguiu alcançar.
O gol sim conseguiu definitivamente colocar a França e o craque na partida e com menos de 2 minuto depois, Mbappê recebeu dentro da área e de primeira bateu forte para mais uma vez deixar Martinez sem condições de defesa e garantir a artilharia do torneio com 7 gols, que até aquele momento era isolada.
Faltavam 10 minutos – mais os acréscimos – e a Argentina sentiu forte, Di Maria fez muita falta e o time se desorganizou completamente em campo.
Prorrogação
Veio a prorrogação e as duas equipes continuaram com um jogo intenso buscando o gol com a esperança de resolver a partida sem necessidade dos pênaltis. Ataques de lado a lado e aparentemente a Argentina parecia que tinha conseguido “voltar” para o jogo.
Aos 03′ do segundo tempo o goleiro Lloris defende um chute forte de Lautaro Martinez da direita, a bola sobra pra ele, sempre ele, Lionel Messi que empurra para dentro do gol e empatava a artilharia da Copa.
Parecia resolvido, mas a final reservava ainda muitas emoções. Aos 13′ Montiel se jogou na frente da bola que pegou em seu braço e o Juiz não teve alternativa a não ser marcar mais um pênalti que, mais uma vez foi convertido por Mbappe que, com os tres gols marcados, finalizou a competição como artilheiro do Catar 2022,
Pênaltis
Jogão de bola que só foi decidido nos pênaltis.
Diferentemente da seleção brasileira onde o craque do time não bate o primeiro pênalti, Mbappe cobrou e converteu primeiro pela França e Messi, o primeiro da Argentina, cobrou com perfeição também.
Cobra daqui, cobra dali e a França perdeu 2 cobranças com Coman e Tchouaméni e por outro lado todos os batedores da Argentina converteram e consagraram sua seleção campeã do mundo.
Argentina campeão Mundial 2022 no Catar
Escalações
Argentina
Martinez;
Molina (Montiel), Romero, Otamendi e Tagliafico (Dybala);
De Paul (Paredes), Fernándes e Mac Allister (Pazella);
Messi, Álvarez L. Martinez) e Di Maria (Acuña).
França
Lloris;
Hernandez (Camavinga), Upamecano, Varane (Konatê) e Kondé (Disasi);
Rabiot (Fofana) e Tchouaméni
Mbappê, Griezmann (Camavinga) e Dembelê (Randal Muani)
Giroud (Thuram)
Copa do Mundo de 2026 com mudanças
A Copa do Mundo de 2022 pode impactar no formato da de 2026. Segundo o presidente da Fifa, Gianni Infantino, a “emoção” vista na fase de grupos no Qatar pode fazer com que a entidade repense o modelo inicial pensado para o torneio com 48 seleções na próxima edição.
Inicialmente, o Mundial de 2026, que será sediado em Estados Unidos, Canadá e México, teria 16 grupos com três seleções, e os dois melhores de cada avançariam. Infantino vai propor que sejam 12 chaves com quatro times, com a possibilidade que terceiros colocados com melhores campanhas também passem.
“Devo dizer que, depois dessa Copa do Mundo, e o sucesso dos grupos com quatro seleções, e vendo outras competições também, como a Euro, com os melhores também se classificando, acho que precisamos voltar a discutir isso”, disse ele, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (16).
“Aqui (no Qatar) os grupos de quatro times foram incríveis, até o último minuto do último grupo ainda não se sabia quem classificaria. Acho que precisamos voltar a discutir isso, deve ser a agenda dos próximos encontros”, complementou.
Ainda sobre o futuro do calendário de seleções,Infantino também revelou um plano da Fifa, aprovado no Congresso da entidade nesta sexta, em Al Rayyan, no Qatar, para que equipe de diferentes continentes possam voltar a se enfrentar em amistosos.
Uma tentativa que poderia possibilitar que seleções sul-americanas, por exemplo, voltem a enfrentar times da Europa, que hoje têm seu calendário restringido pela Uefa Nations League.
O plano da Fifa é usar a janela de amistosos de março, em anos pares, para uma espécie de “Fifa World Series”, nas palavras de Infantino, um “mini-torneio” com quatro equipes. A ideia é reunir seleções de diferentes continentes, embora ainda não haja mais detalhes para isso.
Outro ponto mencionado por Infantino é que as datas Fifas de setembro e outubro serão unificadas, fazendo com que o período abrigue quatro jogos ao invés de dois como acontecia.
Em 2025, por exemplo, serão quatro Datas Fifa no ano, em março (dois jogos), junho (dois), setembro/outubro (quatro) e novembro (dois).
Foto: Reuters