Em meio a polemica recuperação judicial, Anac autoriza voos de empresa aérea do grupo capixaba Itapemirim
Grupo Itapemirim recebeu concessão da Anac para operar voos comerciais.
Apesar de toda desconfiança do mercado, após requerer uma recuperação judicial em 2016, o grupo Itapemirim planeja literalmente voar alto. Esta semana a nova companhia aérea do Grupo Itapemirim, recebeu concessão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operar voos comerciais de passageiros em todo o território nacional.
Entretanto a assessoria de imprensa do grupo minimizou afirmando em nome do grupo que para contornar a crise do setor, seu projeto prevê um “serviço diferenciado aos seus passageiros”. A empresa afirmou em nota: “em resumo, é a pessoa, o olho no olho, que vamos priorizar entre todos os colaboradores e os passageiros”.
Em fevereiro do ano passado, no entanto, o presidente do grupo, Sidnei Piva, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que se trataria de uma empresa de baixo custo e que faria voos regionais. O modelo foi, então, questionado por especialistas, dado que as companhias de baixo custo precisam voar rotas de alta densidade, como Rio-São Paulo, para se pagarem.
O processo de recuperação judicial da Itapemirim apresenta uma série de irregularidades, segundo o último relatório sobre as atividades da companhia feito pela administradora judicial, a EXM Partners.
Além destes problemas técnicos e burocráticos o grupo ainda passa por um de seus piores momentos diante dos tribunais. A família Cola alega qie o contrato de compra e venda possui vários vícios processuais que se julgados desta forma, tornaria a venda nula.
Procurada, a Itapemirim afirmou que as questões apontadas pela administradora judicial estão sendo solucionadas e frisou que os pagamentos previstos no plano de recuperação estão sendo cumpridos.
O que ninguém explica, e só acontece em terras tupiniquins, é que mesmo com toda esta celeuma familiar, social e jurídica a A Itapemirim Transportes Aéreos, nova companhia aérea do Grupo Itapemirim, recebeu concessão da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operar voos comerciais de passageiros em todo o território nacional quer queiram, quer não.
A empresa já conseguiu slots (horários de pouso e decolagem nos aeroportos) para voar, a partir de junho, entre Ribeirão Preto e Recife, Ribeirão Preto e Guarulhos, Porto Seguro e Guarulhos, Salvador e Guarulhos – considerando apenas os terminais mais disputados do País.
“Estamos presenciando um marco importante dentro da história da aviação civil brasileira. Hoje, temos orgulho de anunciar que cumprimos, dentro do prazo oficial, todos os requisitos exigidos pela Anac. Esse sonho só foi possível pelo empenho de todos os diretores e colaboradores do Grupo Itapemirim”, comemorou em nota Sidnei Piva, presidente do Grupo Itapemirim.