Espírito Santo recebe evento nacional sobre vigilância do Oropouche
Evento nacional “Colóquio sobre Emergência de Oropouche na Região extra-Amazônica”
O Espírito Santo recebeu, nesta segunda-feira (16), o evento nacional “Colóquio sobre Emergência de Oropouche na Região extra-Amazônica”. A abertura do encontro, que aconteceu em Vitória, reuniu profissionais de saúde de instituições de pesquisas e de estados brasileiros que vêm registrando casos da doença em seus territórios. O colóquio continua nesta terça-feira (17).
Sob a organização da Coordenação-Geral de Vigilância em Arboviroses, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, do Ministério da Saúde (MS), com o apoio do Governo do Espírito Santo, por meio da Secretaria da Saúde (Sesa), o encontro acontece com o objetivo de debater vigilâncias e pesquisas relacionadas à febre do Oropouche, a fim de avaliar ações de vigilância clínico-laboratorial, virológica, entomológica, além de compartilhar experiências e aprimorar a vigilância de óbitos relacionados à doença.
O Espírito Santo soma até esta segunda-feira (16) cerca de 3,8 mil casos confirmados para a Febre do Oropouche. No Estado, há um óbito confirmado e um óbito em investigação.
O Estado do Espírito Santo confirmou a primeira morte por Oropouche em 28 de agosto. A vítima, uma mulher de 61 anos de idade, moradora da cidade de Fundão. É a quarta morte pela doença no país este ano, somadas as duas na Bahia e outra fetal em Pernambuco. No ano, já são quase 11 mil casos confirmados. A maioria no Amazonas e no Espírito Santo, com pouco mais de 3 mil casos cada, seguidos de Rondônia, com 1.700.
Este ano, o Brasil vive um surto de febre Oropouche. O vírus é transmitido pelo inseto conhecido como mosquito-pólvora ou maruim. Os sintomas parecem com os da dengue e de outras arboviroses, como febre, dor de cabeça, dor muscular e articular. E aparecem entre 3 e 8 dias após a picada do inseto.
Nos primeiros sinais, é importante procurar uma unidade de saúde. O diagnóstico é feito por avaliação clínica, laboratorial e epidemiológica.
Ainda não há tratamento específico nem vacina disponível. Os medicamentos aliviam os sintomas, com o uso de analgésicos e de antitérmicos para controlar a febre.
O secretário de Estado da Saúde, Miguel Duarte, destacou, durante a abertura do evento, a parceria do Estado junto ao Ministério da Saúde e a importância de estarem recebendo o evento.
“Precisamos trabalhar na forma de trazer a melhor conduta e o menor risco à população. Temos uma Arbovirose que tem o comportamento diferente, que tem um combate diferente da dengue e mesmo assim traz um desafio. O número de estados presentes aqui mostra a importância do tema e como isso está influenciando a vida dos brasileiros”, disse.
Ainda durante a abertura do colóquio, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambientes, do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, falou sobre a novidade do cenário do vírus no Brasil. “Temos uma nova emergência no País e precisamos avaliar quais são as mudanças que o vírus têm ou podem estar causando”, destacou.
Ela pontuou também sobre importância do encontro. “Teremos nesses dois dias discussões muito importantes e que serão fundamentais para que o Ministério da Saúde possa construir protocolos, principalmente de manejo clínico, para estabelecer a nossa rede de atenção, pensando no Verão que se avizinha e a possibilidade de espalhamento maior desse vírus”, frisou Ethel Maciel.
A abertura do evento contou ainda com a presença do subsecretário de Estado da Vigilância em Saúde da Sesa, Orlei Cardoso; do superintendente Estadual do Ministério da Saúde no Espírito Santo, Luiz Carlos Reblin; do diretor-geral da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), Rodrigo Varejão Andreão; e do secretário Municipal de Saúde de Iconha, Rocleison Gonçalves Costa.
O encontro teve também a participação de pesquisadores de instituições, como o Instituto Evandro Chagas e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), além de profissionais de estados como Pernambuco, Bahia, Ceará, Pará, Rio de Janeiro, Roraima, Rondônia, e municípios capixabas prioritários no enfrentamento ao vírus.