Quadro de Bruno Covas, prefeito de São Paulo, piora e se torna irreversível
O quadro de saúde do prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), 41, se tornou irreversível, segundo informação divulgada pelo Hospital Sírio-Libanês na sexta-feira (14). “O prefeito Bruno Covas segue internado recebendo medicamentos analgésicos e sedativos. O quadro clínico é considerado irreversível pela equipe médica”, diz a nota do hospital, onde o prefeito está internado para o tratamento de um câncer desde o início de maio.
Fernando Alfredo, amigo do prefeito licenciado desde a época da juventude do PSDB, esteve no Hospital Sírio-Libanês na manhã deste sábado (15). Na saída do hospital, Alfredo, que estava emocionado, disse que o prefeito licenciado é a “maior referência no PSDB”.
“Um exemplo de vida, igual o avô, a nossa maior referência no PSDB. Quem perde não é o PSDB, quem perde é o país. Sem sombra de dúvidas, o Bruno seria governador e seria presidente desse país. Ele era a nossa esperança, a esperança da nossa geração”, disse Fernando Alfredo.
Este jornalista, que vos escreve, conheceu Bruno de perto, estando com ele por diversas ocasiões, na maioria delas, em encontros da juventude tucana. É possível afirmar, sem sombra de dúvidas, possuía muito do temperamento de seu avô, o ex-governador de São Paulo, Mario Covas (in memorian).
Bruno sempre incentivou a participação da juventude nas gestões públicas. Dizia ele “o jovem, idealista e intelectualmente preparado, este sim está pronto pra vencer”. Também não se fadava de repetir o discurso de Franco Montoro, fundador de seu partido. Dizia sempre ele: “Longe das benesses oficiais do poder, mas perto do pulsar das ruas.”.
Outra grande liderança jovem que esteve com Bruno foi o atual chefe de gabinete do deputado federal Neucimar Fraga, Vitor Otoni. À época, Vitor era Secretário Nacional da Juventude tucana, quase que literalmente o ninho de Bruno. Vitor conta que certa feita, quando estava no governo federal, na pasta do então Ministro Antônio Imbassay, encontrou com Bruno na Câmara, quando este era deputado federal e ambos conversaram longamente. Bruno inclusive ofereceu de presente a Vitor um livro de seu avô Mário Covas. “Bruno sempre foi uma referência pra todo partido, carregando com honra e carinho o legado deixado por seu avô. Um cara sério e honrado, de fato, um exemplo para nossa geração. Muito triste o que está acontecendo com ele.” Finaliza emocionado.
Os quadros irreversíveis significam que alguma função do organismo não está funcionando e não tem um tratamento possível para isso. Mas isso não significa que o paciente está morto. O óbito é atestado normalmente quando se observa a parada dos batimentos cardíacos e que não há retorno, mesmo com a realização de manobras. Outra situação de morte é quando o cérebro morre e as outras funções ainda ficam ativas, como coração, pulmão, rins.
Um amigo de longa data, muito próximo a família, professor Raul Christiano, fundador do PSDB, deixou uma declaração exclusiva ao portal A7, bastante emocionado, com a qual encerramos esta pauta:
“Embora o Bruno Covas tenha nascido e crescido num ambiente político, oriundo da cepa do grande Mário Covas, tenho a honra de ter sido o seu companheiro de chapa na primeira eleição que participou. Em 2004 disputamos juntos a Prefeitura de Santos, ele na condição de candidato a vice-prefeito.
Bruno sempre teve uma inteligência acima da média, não só do ponto de vista da sua formação em matemática e economia, mas na capacidade da definição estratégica e de articulação. E Bruno sempre soube conciliar os temas áridos com o bom humor, superar adversidades com esperança e otimismo.
Difícil viver junto com o Bruno Covas sem rir muito. Ele enfrentava e fazia o bom combate sorrindo. O seu avô (Mário) tinha fama de ranzinza e mal humorado. Os mais próximos justificavam esse comportamento devido ao seu sangue espanhol, mas convivi também com ele e sempre percebi a ternura e o respeito com as pessoas. O mau humor explodia quando surgiam adversidades ou fraqueza na execução dos seus planos.
Pelo histórico com Bruno, sempre enxerguei o futuro dele como governador de São Paulo, presidente da República. Essa doença tem sido impiedosa e quer tirar esse alento de todos nós, que o apoiamos e queremos ainda um país verdadeiramente feliz. Não aceito a ideia de que Bruno possa morrer.”