SEGURANÇA PÚBLICA E AS TÉCNICAS E TECNOLOGIAS NÃO LETAIS
Por Capitão Tadeu
A segurança pública por ter se tornado um assunto muito complexo de ser trabalhado, é reforçada de forma expressa no arcabouço constitucional, com a informação de que é dever do estado e obrigação de todos. Dessa forma, estados e municípios se aperfeiçoam em suas metodologias de prevenção e controle da criminalidade, antes que se torne insuportável para todos à sensação de insegurança que trilha os caminhos do crescimento no país. Assim, a estruturação das forças de segurança com modernização profissional altamente qualificada e, em atenção aos novos conceitos de sociedade, é que vem a ser fator fundamental para se constituir uma postura institucional idônea perante a população, inspirando nas pessoas a tão desejada sensação de segurança.
Para se levar a conhecimento de todos os entendimentos sobre a aplicabilidade de métodos para se garantir a tranquilidade pública, é relevante explanar um pouco sobre como surgiu a logística atual que sustenta todo um aparato a ser utilizado nas mais importantes investidas nas ações de preservação da vida e garantia da lei e da ordem.
Dentre os maiores empreendimentos para a prestação dos melhores serviços em segurança pública, governos passaram a investir em tecnologias que afastem ao máximo a letalidade por parte de agentes de segurança em eventos que exijam aplicação do uso progressivo da força, para a pacificação de conflitos. A atenuação de efeitos indesejáveis em ocorrências tem sido vontade dos operadores de segurança modernos.
Nas batalhas da antiguidade os exércitos utilizavam de métodos variáveis para lograrem êxito. Assim além de armas de todos os tipos, passaram a desenvolver métodos de incapacitação de pessoas em grandes grupos de formas letais ou não letais, como a queima de ervas para provocar fumaças que confundiam soldados que ainda causavam irritação nas vias respiratórias, emissão de gás a base de enxofre para sufocar inimigos, água e óleos ferventes, o que na intenção de enfraquecer os oponentes poderiam causar até a morte de muitos.
Os tempos foram evoluindo e os métodos de combates também. Assim as guerras passaram a adotar o uso de gases tóxicos, campos minados, envenenamentos de ambientes, armas biológicas, até o advento das armas modernas como as de impacto acústico, sabotagem de sistemas de defesa, impacto psicológico e outras que a ciência pode proporcionar, como assistimos nas duas últimas grandes guerras e nas guerras de certas regiões do mundo na atualidade.
As forças de segurança herdaram muitas das metodologias das forças armadas, por tanto desde as indumentárias às normas regenciais, desde as táticas de enfrentamentos do perigo ao uso de armamentos e equipamentos, enfim foram criadas nos moldes militares e permanecem por enquanto. Contudo porém, as ações empregadas extra guerra precisam se diferenciar dos campos de batalhas e adaptadas ao emprego em meio a população amiga, que precisa dos serviços de segurança na finalidade de resolver problemas sociais, desde os mais simples aos mais complexos. Os métodos precisaram evoluir de acordo com a história das sociedades.
Nos dias de hoje, temos tecnologia desenvolvida de forma a contribuir ao máximo, na preservação da integridade humana em acordo aos preceitos estabelecidos por tratados internacionais, convenções e resoluções das Nações Unidas, para ser aplicada como forma de não submeter quando possível as pessoas alvo a situações degradantes com consequências irreversíveis e terceiras pessoas que possam sofrer efeitos colaterais danosos.
Assim, a população além de contar com uma segurança por agentes com formação de qualidade, imbuídos da missão de servir e proteger, munidos de armamentos equipamentos não letais para garantirem a pacificação de conflitos com resultados desejáveis, ainda conta com as técnicas de emprego devido destes em casos de rebeliões em presídios, brigas de torcidas em estádios, protestos com violência e depredação de patrimônios públicos e privados em eventos críticos que não seja possível ou apropriado o emprego de arma de fogo.
As técnicas e tecnologias não letais não vieram para substituir a arma de fogo, mas sim para serem alternativas a mais nas ações de segurança pública e são eficazes para cessar a capacidade operativa e combativa de um agressor e que com a utilização dentro das indicações prescritas, evitam a letalidade e colaboram na promoção da paz. Que seja muito bem vinda ao nosso meio essa tal de tecnologia!