Por Weverton Santiago
A política brasileira é um movimento essencialmente reacionário, devido ao seu histórico de injustiças e desigualdades, uma aculturação que reflete e performa grande parte do alcance político da sociedade brasileira.
Essas desigualdades brutais geraram pensamentos e comportamentos destoantes, como o impiedoso barateamento do trabalho, onde coisas são mais importantes do que pessoas, levando o indivíduo a pagar um ou dois milhões de reais no seu luxuoso apartamento requintado com varanda gourmet, mas não aceita pagar cinco mil reais de mão de obra pela necessária reforma.
Destarte, esse conceito não é um simples recorte do passado ou um lampejo do presente, é uma realidade que perpassou o tempo e ganhou cores de normalidade, um forte indicador da nossa compreensão social, econômica e política, limites impostos pelos muros altos de quem realmente domina.
Enquanto isso, a nossa carga tributária está na casa dos 35% do PIB nacional, uma outra modalidade de escravidão e um outro tipo de chicote com senzalas esbranquiçadas e refrigeradas.
Enfim, a escravidão começa com aceitação e se perpetua com a satisfação, um ritmo triste que embala a velha canção do escravo feliz.