SEGURANÇA PÚBLICA, RESPONSABILIDADE DE TODOS.
Assunto vasto e que precisa de muitas considerações para se tentar chegar a um entendimento geral e padronizado para se viabilizar a melhor maneira de se promover a segurança pública ideal para o estabelecimento da tranquilidade pública e da paz social.
Nada fácil discutir sobre o tema, quanto mais colocá-lo em prática em nossa terra, ainda mais numa sociedade que se formou em cima de muitos contrastes nas diferenças sociais gritantes, como valores desnivelados que levaram a segregação por grupos de cidadãos desde escravos e homens livres, cidadãos honestos e criminosos, pessoas de bem e desocupados.
A formação da sociedade foi inevitável, pois assim se fez necessário ao homem se socializar. Porém, a sociedade foi se moldando de acordo com cada realidade de local e de momento, aflorando como cultura de áreas específicas, com costumes, tradições, crendices, organizações atinentes e estilo de vida. Mas diante de tudo isso, existe o estado regente, dotado de senso organizador, diretor e mantenedor das leis e da ordem. Em meio a grande dissonância como garantir a ordem e a paz?
O estado por muito tempo utilizou das forças de polícia para manutenção da ordem pública. Por vez as polícias com suas atribuições legais foram trabalhando e sustentando todo um complexo de aglomerado de problemas, desde de um desentendimento em família até eventos críticos que exigissem respostas especiais. Então foi crescendo a sociedade de forma rápida e as polícias não conseguiram acompanhar de perto e ainda estar junto às comunidades o tempo todo.
Destarte saber que, nas comunidades mais remotas, as polícias serviam por áreas com destacamentos locais e patrulhas de bairros a pé. Quando alguém precisava de algum auxílio, procurava o destacamento e era atendido. Havia uma participação cara a cara do cidadão com a polícia. Mas, os tempos evoluíram, as comunidades cresceram e a tecnologia chegou.
O aparecimento do telefone na segurança, poupava o cidadão de ir até ao destacamento falar aos policiais, a viatura poupou os milicos de patrulhas a pé e o rádio tornou fácil e rápida a comunicação entre destacamento e patrulheiros. Como os problemas cresceram e os efetivos foram reduzindo, se tornou viável centralizar tudo e distribuir à distância o atendimento ao cidadão.
Polícia distante da interação realística e quente com a comunidade, atendendo a telefonemas e rádio, passou a resolver menos os problemas de local e passou a atender de forma ampla e geral, não podendo trabalhar em cada caso em especial e tratar dos problemas relativos a cada área. Assim foi um pulo para o distanciamento colaborar para uma ausência de forma de conduta, de organização e de promoção das atividades que garantiam a ordem.
As comunidades tomaram outros rumos, visto que em terreno desprovido de estado, o crime chegou de mansinho, prometendo mundos e fundos. E aqueles problemas rotineiros continuaram existindo e ainda, se somaram as barbáries da criminalidade, ampliando-se ao que vemos nos dias de hoje.
A polícia comunitária precisou ser reestabelecida, pois se verificou diante a muitos trabalhos científicos que a forma de polícia tradicional que se tornou a nossa, não colaborava a altura para se reduzir os índices da criminalidade, estabelecer a tranquilidade pública e resolver os problemas das comunidades. Assim, novas propostas de policiamento interativo formam apresentadas afim de tornar a polícia braço armado do estado, em polícia cidadã.
A polícia cidadã, propõe-se a estar de mãos dadas com as comunidades. Mas se tornou uma missão difícil, devido a cultura particular que as comunidades desenvolveram. Alguns lugares são mais tranquilos para ser implementada essa filosofia de policiamento em outros, a rejeição das forças de segurança é enorme. Pode-se observar que em algumas tentativas de se reestabelecer por imposição em determinados territórios a ordem, até mesmo com embates empregados por Forças Armadas não deram certo. O estado entra reprimindo para pacificar, mas não fica. Aí tudo volta ao que era antes.
Permanecer, um verbo exigente, mas de grande relevância para que as políticas sociais de policiamento se tornem possíveis. Mas, mesmo assim não basta apenas entrar a polícia e afastar a criminalidade, precisa entrar também a educação de qualidade, a assistência social, o esporte, a saúde, a justiça, ministério público, lideranças comunitárias e religiosas, bem como organizações não governamentais idôneas, com envolvimento pleno e para a garantia do verbo permanecer. Ninguém faz segurança pública sozinho.
Muitos municípios estão propondo as suas inserções nessa maneira de prestação de serviços a sociedade através de suas Guardas Civis Municipais, as equipando, treinando, armando e munindo de tecnologia como videomonitoramento e desenvolvendo programas de aproximação social como patrulha escolar, patrulha da família, patrulha rural e ações de prevenção a distorção de comportamentos sociais ideais.
Todos os entes devem somar forças e se fazerem presentes nesse mega desafio de promover segurança pública. A Guarda Civil Municipal em seu advento nos últimos anos, vem a ser entidade de grande valia, já que vem há tempos fazendo links com as comunidades através de atendimentos de ocorrências, auxílios em programas sociais e aproximações mais oportunistas por conterem as comunidades pontos de serviços sociais municipais que requerem muitos apoios das Guardas Civis Municipais. O Quanto mais participações, mais força para o estabelecimento da ordem e da paz. Dessa forma se faz valer a fala constitucional que, segurança pública é responsabilidade de todos.