Suspeitos de roubar, vender e comprar equipamentos de torres de internet no Espírito Santo são identificados
Um homem foi preso. Um outro suspeito, por não ter sido pego em flagrante, não foi detido, mas será investigado
Duas pessoas foram identificadas por causar o desligamento de 31 torres de uma operadora de telefone, o que ocasionou a paralisação dos serviços de internet e linhas telefônicas, no Estado. Crimes acontecem desde o início do ano.
Durante as investigações, a Polícia Civil identificou um homem de 32 anos que furtava equipamentos. Ele confessou o crime do último desligamento ocorrido na segunda-feira (2). Ele é ex-funcionário de uma empresa terceirizada responsável pelas manutenções das torres de telefonia e dos equipamentos.
Além dele, um homem de 25 anos foi preso em flagrante. Ele comprava os equipamentos não só desse suspeito identificado, mas de outros criminosos que ainda estão sendo procurados.
“Ele foi conduzido, confessou a receptação, nos disse que havia interesse de revenda, o que transforma sua conduta em receptação qualificada no exercício da atividade comercial”, explicou o titular da Delegacia Especializada de Segurança Patrimonial (DSP), delegado Gianno Trindade.
Segundo o delegado, cada material está avaliado em torno de R$ 25 mil. “Recebemos uma demanda da própria operadora de telefonia, de que estava sofrendo desligamentos em suas torres, o que também afeta a transmissão da internet. Partimos de uma foto de perfil do WhatsApp, que ao fundo aparece o armário, chamado de APM, utilizado para conter e manter trancadas essas fontes subtraídas das torres. Eles já estavam até com material de levantamentos que o setor de segurança fez, então, nós partimos da desconfiança de haver funcionários terceirizados, prestadores de serviço de manutenção dessas torres envolvidos”, explicou.
Gianno Trindade contou que das 31 torres desligadas, o maior índice de desligamento foi na Região Metropolitana, com seis torres desligadas em Cariacica, três em Domingo Martins e duas em Guarapari, Itaguaçu, Atílio Vivacqua, Sooretama, Iconha e Mimoso do Sul. Uma torre foi desligada em Vitória, Muniz Freire, Santa Maria de Jetibá, Itapemirim, Venda Nova do Imigrante e Marechal Floriano. A suspeita é que as fontes furtadas sejam utilizadas para construção de sistema de energia solar e fornecimento de internet clandestina.
O homem de 32 anos não foi preso, por não ter sido pego em flagrante, mas será investigado por furto qualificado no abuso de confiança em concurso de agentes, associação criminosa e por causar a interrupção do serviço de telefonia ou internet, cuja pena é duplicada em caso de calamidade pública. Já o suspeito de 25 anos, que já possui passagens no ano de 2018 por receptação de baterias de uma grande empresa do Estado, foi preso em flagrante e sua prisão foi convertida em preventiva na audiência de custódia, dada a gravidade do crime.
“Nós acreditamos haver uma associação criminosa, da qual esse receptador é uma peça importantíssima”, disse o delegado.
As investigações continuam para identificar e prender os demais envolvidos no crime. Das 31 torres, apenas quatro foram recuperadas.