Roda de conversa reúne trabalhadores da assistência social

O Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Maria da Glória Monteiro Alves, localizado em Jucutuquara, sediou, na manhã desta quarta-feira (4), uma roda de conversa promovida pela Gerência de Planejamento e Gestão do Sistema Único da Assistência Social (GPGS). O encontro reuniu trabalhadores dos serviços socioassistenciais do território de Jucutuquara, que engloba os bairros de Cruzamento, Romão, Forte São João, Jucutuquara e Fradinhos.

O encontro, denominado Diálogos Enegrecedores, faz parte das ações do Planejamento Estratégico da Semas e visa refletir sobre a importância das relações e ações dentro dos serviços socioassistenciais que valorizem a sensibilização e consciência sobre as questões sociais e raciais, nos espaços da Assistência Social de Vitória. Os encontros ocorrerão nas 12 redes socioassistenciais do município, sempre com vivencias e a apresentação de dados sobre cada território.

De acordo com dados dos sistemas de informação utilizados pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), o território de Jucutuquara possui 9.975 pessoas, conforme Censo 2022 do IBGE; destas, 53,21% estão inscritas no CadÚnico, e 37,38% foram atendidas pela rede socioassistencial entre o período de maio de 2023 a maio de 2025. Os dados revelam que entre as pessoas atendidas 84,2% são pardas e pretas.

Para a psicóloga Ana Carolina Alves da Silva, que atua no Cras Jucutuquara há um ano, é fundamental participar do momento formativo, principalmente no território constituído em uma área que já foi uma fazenda que mantinha pessoas negras escravizadas.

Foto Divulgação

Diálogos Enegrecedores
Roda de conversa no Cras Jucutuquara. (ampliar)

“Eu como mulher negra, participar do Diálogo Enegrecedores traz a sensação de aquilombamento. A gente que ao longo da trajetória passa por micro violências é um sentimento de ser abraçada. É um retorno para casa. É necessário e de uma importância que é difícil descrever em palavras”, comentou Ana.

Ao sair da roda de conversa, a coordenadora do Serviço Família Acolhedora, Cristiane Bronzoni, disse estar muito impactada com as falas que, segundo ela, “se assemelham com as vivências de muitos dos atendido no seu serviço”. Ela acrescentou: “estou impactada com coisas que nunca havia parado para observar. Este momento leva para uma reflexão pessoal. Este espaço, este momento está sendo maravilhoso, de reflexões profundas”.

Para a trabalhadora do Suas, Camila dos Santos Rangel de Barros, o tema é importantíssimo. “Muitos munícipes no momento de preenchimento do CadÚnico não se reconhecem como homens ou mulheres pretas. Este é o momento da gente fazer uma reflexão. A gente se sente estimulada a buscar conhecimento sobre o assunto para aplicar na prática diária, no exercício da nossa função”, destacou ela.

A secretária de Assistência Social de Vitória, Soraya Manato, fez questão de reafirmar o compromisso de apoiar os debates e os diálogos. “Este projeto Diálogo Enegrecedores tem o poder de formar multiplicadores e novos atores nesta luta antirracista e de pessoas lutam por direitos sociais”, complementou ela.

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