Contrabando de canetas Mounjaro dispara no Brasil: 470 apreensões em 2025 e métodos ousados surpreendem autoridades
O número de apreensões de canetas do medicamento Mounjaro no Brasil disparou em 2025, revelando um esquema ousado e crescente de contrabando. Até abril deste ano, a Receita Federal já registrou pelo menos 470 apreensões em diferentes pontos do país, principalmente em aeroportos internacionais.
Conhecido como o “Ozempic dos ricos”, o Mounjaro é um medicamento à base de tirzepatida, indicado para o tratamento do diabetes tipo 2. No entanto, seu uso off-label para emagrecimento tem se popularizado rapidamente entre brasileiros, o que explica a alta demanda e o interesse de contrabandistas. O preço elevado – que pode ultrapassar R$ 3.800 por unidade – também impulsiona o mercado ilegal.
Métodos cada vez mais ousados
A criatividade dos contrabandistas tem chamado a atenção das autoridades. Entre os casos mais recentes, estão:
Ocultação no corpo: Em Salvador, um passageiro foi flagrado com 100 canetas presas ao corpo, escondidas sob a roupa. Ele havia embarcado em Londres e é suspeito de integrar uma quadrilha que abastece clínicas brasileiras com o produto.
Escondido em roupas íntimas: No Aeroporto de Fortaleza, outro homem foi detido com mais de 30 canetas escondidas nas meias e na cueca. As canetas estavam sem refrigeração, condição essencial para manter a eficácia do medicamento.
Disfarce em cargas comerciais: Em uma carga proveniente de Miami, também em Fortaleza, a Receita encontrou 176 canetas escondidas entre materiais de pesca. A carga estava avaliada em aproximadamente R$ 600 mil.
Riscos à saúde e ilegalidade
A importação do Mounjaro no Brasil é permitida apenas para uso pessoal, mediante apresentação de receita médica, e o transporte deve seguir normas rígidas de refrigeração. A comercialização por pessoas jurídicas ou a revenda informal do produto é proibida e considerada crime.
A Receita Federal reforça que o uso de medicamentos adquiridos de forma ilegal, além de representar um risco à saúde, pode colocar o paciente em situação de vulnerabilidade, já que não há garantia da procedência ou do armazenamento adequado do produto.
Fiscalização reforçada
Com o aumento das apreensões, as autoridades vêm intensificando a fiscalização em aeroportos e fronteiras. A meta é coibir o contrabando e proteger a saúde pública diante da crescente onda de uso indiscriminado de medicamentos para emagrecimento.
“A busca por soluções milagrosas para perda de peso tem incentivado o comércio ilegal de medicamentos que exigem prescrição e controle. É fundamental que a população compreenda os riscos dessa prática”, alerta um auditor da Receita Federal.
O caso do Mounjaro serve como alerta para o crescimento do mercado negro de medicamentos no país e a necessidade de conscientização sobre o uso seguro e responsável de fármacos.