Pontífice argentino faleceu após complicações de saúde; seu legado de humildade, justiça social e diálogo marcou uma nova era na Igreja
O mundo católico amanheceu em luto nesta segunda-feira (21). Faleceu, aos 88 anos, o Papa Francisco, o 266º pontífice da Igreja Católica. Ele estava internado no Hospital Gemelli, em Roma, e morreu em decorrência de complicações respiratórias agravadas por um quadro clínico que se deteriorava nos últimos meses.
Problemas de saúde nos últimos anos
Nos últimos anos, o Papa Francisco enfrentou diversos problemas de saúde. Em 2021, ele passou por uma cirurgia no cólon, o que já havia levantado preocupações sobre sua capacidade física. Em 2023, voltou a ser hospitalizado com uma infecção pulmonar. Desde então, sua agenda foi sendo gradualmente reduzida, e ele frequentemente utilizava cadeira de rodas para se locomover. Mesmo debilitado, continuou a participar de celebrações e a realizar encontros importantes com líderes religiosos e políticos.
Nos últimos meses, fontes do Vaticano vinham relatando que sua condição de saúde estava “frágil, porém estável”, mas nos últimos dias, seu quadro se agravou significativamente. A notícia de sua morte foi confirmada pelo Vaticano nas primeiras horas desta manhã, com grande comoção entre fiéis e autoridades de todo o mundo.
Um pontificado histórico
Jorge Mario Bergoglio nasceu em 17 de dezembro de 1936, em Buenos Aires, Argentina. Filho de imigrantes italianos, tornou-se o primeiro papa latino-americano e também o primeiro jesuíta a ocupar o trono de São Pedro. Foi eleito em 13 de março de 2013, após a renúncia de Bento XVI — a primeira renúncia papal em quase seis séculos.
Desde o início de seu pontificado, Papa Francisco demonstrou um estilo diferente: preferiu morar na Casa Santa Marta em vez dos aposentos papais, usava calçados simples e optava por se deslocar em veículos comuns, evitando luxos. Sua simplicidade cativou milhões de fiéis ao redor do mundo.
Francisco ficou marcado por sua forte atuação social: defendeu os direitos dos pobres e marginalizados, apoiou os refugiados, incentivou o cuidado com o meio ambiente (com destaque para a encíclica Laudato Si’), promoveu o diálogo inter-religioso e buscou uma Igreja mais próxima do povo. Ao mesmo tempo, enfrentou polêmicas ao propor mudanças no tom da Igreja sobre temas como homossexualidade, celibato clerical e o papel das mulheres.
Sua firmeza contra os abusos cometidos por membros do clero também foi um dos grandes marcos de sua gestão, ainda que enfrentasse resistência interna dentro da própria Cúria Romana.
O futuro da Igreja
Com a morte do Papa Francisco, inicia-se o período conhecido como sede vacante, no qual o trono papal fica vago até a escolha de um novo pontífice. O Colégio dos Cardeais será convocado para o conclave, que será realizado na Capela Sistina, no Vaticano, nos próximos dias.
O funeral de Francisco deverá acontecer na Basílica de São Pedro, com a presença de chefes de Estado, líderes religiosos e milhares de fiéis. O Vaticano divulgará em breve o cronograma oficial das cerimônias fúnebres.
Repercussão mundial
A morte do Papa Francisco comove milhões de católicos e não católicos em todo o mundo. Líderes internacionais já prestam homenagens à sua memória, destacando sua atuação em prol da paz, da justiça social e da dignidade humana. Na Praça São Pedro, em Roma, multidões começam a se reunir para prestar as últimas homenagens a um papa que conquistou o coração do mundo com sua humildade e coragem.
