Associações de catadores fortalecem a sustentabilidade em Vitória

No dia 16 de maio, data em que se comemora o Dia do Gari, Vitória celebra não apenas a importância do trabalho desenvolvido pelos profissionais da limpeza urbana, mas também dos trabalhadores que atuam na coleta seletiva e na triagem de materiais recicláveis. Eles formam a linha de frente de uma cadeia essencial para a sustentabilidade e para a economia circular, desempenhando um papel cada vez mais reconhecido na construção de uma cidade limpa, organizada e ambientalmente responsável.

A Central de Serviços reforça seu compromisso com essa agenda sustentável por meio da coleta seletiva, que cobre todos os bairros das nove regiões administrativas da capital. Atualmente, o serviço recolhe uma média de 300 toneladas de recicláveis por mês, um volume expressivo que deixa de ir para o lixo comum e passa a ser reaproveitado, promovendo a destinação correta dos resíduos e aliviando os impactos ambientais.

Mas o trabalho vai além da coleta nas ruas. Vitória conta com mais de 45 Ecopostos de Entrega Voluntária, instalados em parques, avenidas e espaços públicos. Com isso, a cidade estimula a participação da população no descarte consciente, facilitando a separação entre lixo comum e recicláveis. Todo o material coletado é levado para a Unidade de Transbordo, onde é pesado e, em seguida, enviado para as Associações de Catadores de Materiais Recicláveis parceiras da Prefeitura.

A coleta seletiva em Vitória teve início nos anos 2000 e, ao longo das últimas duas décadas, se consolidou como uma referência nacional de gestão pública eficiente e sustentável. Essa história é feita por servidores públicos, garis, catadores, gestores e moradores que compartilham a responsabilidade de tornar a capital capixaba um exemplo de consciência ambiental.

Geração de renda e inclusão social

Para quem atua diretamente na triagem e comercialização dos recicláveis, a coleta seletiva representa mais do que uma ação ambiental: é uma oportunidade concreta de sustento e dignidade.

Marialva Santos, presidente da associação Recicla Capixaba, destaca como a parceria com a Prefeitura é essencial: “A coleta seletiva tem uma importância enorme para a geração de renda da nossa associação. O material que vem da prefeitura ajuda muito, porque, sozinhas, as associações não têm condições de coletar tudo por conta própria. Esse volume maior garante renda para todos os associados”.

Eduardo Silva, presidente da Cooperativa de Trabalho dos Recicladores de Vitória (Cooprev), reforça: “É muito importante em vários aspectos. Para geração de renda principalmente, que é um trabalho fundamental da parte da coleta seletiva para nós, catadores. De acordo com o volume de material coletado, temos a certeza de que a renda de cada catador só tende a aumentar”.

A diretora da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Vitória (Ascamares), Josimeire dos Santos, também aponta os múltiplos impactos do trabalho: “Esse trabalho é fundamental para a geração de renda dos catadores e, ao mesmo tempo, contribui significativamente para aumentar a vida útil do aterro sanitário. Com isso, promovemos um meio ambiente mais saudável para toda a população”.

Além do aspecto ambiental, Josimeire enfatiza a relevância social e econômica da atividade: “A reciclagem tem efeitos sociais, ambientais e econômicos muito importantes. Nós, catadores, não geramos custos para a sociedade — ao contrário, geramos benefícios. Somos parte da solução, e não do problema”.

Rotina de trabalho intensa e organizada

A rotina nas associações é marcada por responsabilidade e comprometimento. De segunda a sexta-feira, os catadores trabalham na coleta, separação e prensagem dos materiais.

Claudiane Silva, da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis do Município de Vitória (Amarv), relata: “De segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, recebemos dois baús por dia, um pela manhã e outro à tarde, além de duas prensas de material por semana”. Ela reforça que a coleta seletiva é um benefício direto na renda, já que as associações não precisam arcar com custos como gasolina, motorista e caminhão.

Josimeire também detalha a rotina: “É um trabalho contínuo e essencial para que tudo funcione corretamente”. Eduardo complementa: “Temos horário para entrar, horário de almoço, café da manhã e café da tarde. Estamos cientes de que não podemos perder muito tempo nas atividades, devido aos caminhões que chegam diariamente na associação — e também porque fazemos nossa própria renda”.

Principais materiais recicláveis

Entre os materiais que mais contribuem para o sustento das associações, as latinhas de alumínio e o papelão aparecem como os mais recorrentes e valiosos.

Marialva aponta que as latinhas são as mais rentáveis, seguidas pelos metais em geral, embora estes tenham chegado em menor quantidade nos últimos tempos. Claudiane menciona as latinhas, o PET e o papelão como os principais para a associação. Eduardo concorda: “Todos os materiais recicláveis são importantes, porque cada um completa os valores no final do mês. Mas os que agregam mais valor são a garrafa PET, a lata de alumínio e o papelão, devido ao volume que geramos”.

Já Josimeire observa que, embora o plástico tenha o maior valor de mercado, o papelão é o que mais chega até a associação, sendo, portanto, o mais relevante em termos de volume e impacto financeiro.

Reconhecimento e valorização

No Dia do Gari, reconhecer o esforço desses profissionais significa, também, fortalecer políticas públicas como a coleta seletiva e apoiar as associações de catadores. É uma forma de cuidar do meio ambiente, gerar renda, promover inclusão social e reforçar a cidadania.

Para saber mais sobre o serviço de coleta seletiva ou consultar os Ecopostos mais próximos, basta entrar em contato com a Central de Serviços pelo telefone 156 – Fala Vitória ou pelo aplicativo Vitória Online.

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