Com robôs no WhatsApp e IA para estudos bíblicos, líderes buscam inovação sem abrir mão do cuidado espiritual
A fé cristã no Brasil está se encontrando com a inteligência artificial. Igrejas de diferentes denominações têm adotado robôs virtuais e sistemas baseados em IA para facilitar o ensino da Bíblia, ampliar o alcance da mensagem e oferecer apoio espiritual imediato aos fiéis.
Chatbots que Evangelizam
Um dos exemplos mais consolidados é o chatbot “Esperança”, criado pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. Disponível no WhatsApp desde 2019, ele já atendeu mais de 400 mil pessoas em 106 países, oferecendo estudos bíblicos, versículos diários e orientações doutrinárias. O conteúdo é multilíngue e gratuito.
Já a Assembleia de Deus em São José dos Campos lançou recentemente a “Léia”, uma assistente virtual que responde dúvidas simples e atua como uma “secretária da fé”, direcionando perguntas mais complexas aos pastores.
Outra iniciativa da Igreja Adventista é o 7chat.ai, chamado de “ChatGPT cristão”. Voltado para líderes e fiéis, o sistema ajuda na preparação de sermões e estudos, com base em princípios bíblicos.
Gestão e Missão com Dados
Além da comunicação, as igrejas têm utilizado IA para gestão e estratégia. A sede sul-americana da Igreja Adventista, por exemplo, analisa grandes volumes de dados para prever crescimento, evitar evasão de membros e planejar ações evangelísticas com mais precisão.
Tecnologia com Responsabilidade
Apesar do entusiasmo, líderes religiosos e especialistas alertam: IA não substitui o papel humano na fé. Há riscos de erros doutrinários causados por respostas imprecisas, além de preocupações com privacidade de dados e falta de discernimento espiritual por parte das máquinas.
O uso da tecnologia é visto como uma ferramenta complementar. “É um apoio, não um substituto”, afirmam representantes das igrejas.
A inteligência artificial se tornou uma aliada das igrejas brasileiras, ajudando na missão de levar a mensagem cristã a mais pessoas, em mais lugares, e de forma acessível. Mas o uso consciente e guiado por princípios éticos e espirituais é essencial para que a inovação não comprometa a essência da fé.