A 455ª edição da Festa da Penha chegou ao fim nesta segunda-feira (28), em Vila Velha, com uma programação marcada pela fé, emoção e celebração.
O encerramento oficial aconteceu no Parque da Prainha, onde uma missa solene foi celebrada às 16 horas, presidida por Dom Dario Campos, arcebispo da Arquidiocese de Vitória. Em meio a orações e cânticos, a celebração reuniu uma multidão de fiéis em um momento de profunda devoção..
Entre as autoridades presentes, destacaram-se o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, e a primeira-dama, Paula de Pazolini, que acompanharam a cerimônia ao lado dos presentes, demonstrando o apoio à festa que é patrimônio cultural e religioso do Espírito Santo.
Maria: presença de amor e esperança
Reconhecida como uma das maiores manifestações religiosas do Brasil, a festa deste ano trouxe como tema “Com Maria, peregrinos da esperança”, reunindo milhares de devotos ao longo de nove dias de intensa programação, com romarias, missas e eventos culturais.
Na homilia, Dom Dario lembrou do Papa Francisco, que em seus gestos revelou o amor, a misericórdia de Deus e a maternidade de Maria. O Arcebispo acrescentou que Maria é a mãe que está ao lado dos filhos, e sua grande esperança, irmandade e comunhão traz esperança. “Somos peregrinos de esperança. Somos romeiros e romeiras que vamos ao encontro do Senhor. Um caminho de conversão e que nos leva a sermos mais justos e mais fraternos. Deus é nosso Pai e Cristo é a nossa esperança, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações. Maria é companheira e nos revela esse sentido tão belo da fraternidade, da paz, da irmandade e da comunhão. Quantos sinais de esperança tivemos nesses dias, quantas graças alcançadas, quantas bênçãos recebidas, quanta força e esperança, com o cuidado com os mais pobres e os enfermos. Que grande graça de Deus!”
Fiéis compartilham emoção e gratidão
Durante a missa de encerramento, devotos vindos de diferentes lugares dividiram seus sentimentos de fé, esperança e gratidão, cada um trazendo no coração uma história especial.
Para Claudiane dos Santos, o momento foi de puro agradecimento: “É gratidão, agradecimento mesmo. Gratidão por tudo que Nossa Senhora faz, que intercede por nós, nos ajuda, nos auxilia. Hoje eu vim agradecer pela minha vida, pela vida das minhas filhas, pelo nosso trabalho e pela saúde. Graças a Deus e a Nossa Senhora.”
Já Paula Martins trouxe uma intenção ainda mais específica: o agradecimento pela recuperação de um ente querido. “Vim agradecer a saúde da minha tia. Ela passou por um momento bem difícil e a gente veio hoje para agradecer. Gostei muito da missa em homenagem a Nossa Senhora”, contou emocionada.
Para Sal de Tarso, a motivação foi a devoção cultivada há anos: “Só agradecer mesmo. Sou devoto de Nossa Senhora há muitos anos. Hoje, vim apenas para agradecer de coração.”
A tradição, por sua vez, foi ressaltada por Mary, que ao lado das amigas mantém viva a participação na festa: “Todos os anos, eu e minhas duas amigas estamos sempre aqui, prestigiando a festa, que é muito bonita. Agradeço pelas bênçãos já recebidas e faço novos pedidos. Enquanto eu puder, sempre virei. Vale muito a pena, e pelos milagres recebidos, ainda mais.”
Wellington Lemos também falou sobre a importância de manter a fé e a tradição: “Mais um ano estamos aqui na Festa da Penha para agradecer todas as bênçãos que a gente vem recebendo da nossa Mãe. É sempre um momento fantástico, especial, que nos leva a refletir sobre as bênçãos e a proteção que Nossa Senhora nos concede todos os dias.”
E até mesmo os pequenos já demonstram sua devoção: Cecília, de apenas seis anos, acompanhou o pai na celebração e deixou um recado cheio de ternura: “Agradecer a saúde, a família e a proteção.”
Show de fé e música encerra a festa
Logo após a missa, o público foi agraciado com o show gratuito do Padre Reginaldo Manzotti. Conhecido por sua forte atuação na evangelização através da música, o sacerdote emocionou os presentes encerrando a Festa da Penha 2025 com momentos de louvor e emoção.
Celebração que atravessa gerações
Organizada pelo Convento da Penha, em parceria com a Arquidiocese de Vitória e a Associação de Amigos do Convento da Penha, a Festa da Penha é considerada a terceira maior manifestação religiosa do país — atrás apenas do Círio de Nazaré (PA) e da Festa de Aparecida (SP). Realizada pela primeira vez em 1570, a celebração é um marco da cultura e da religiosidade capixaba, renovando a cada ano a fé de milhares de devotos que se reúnem sob o olhar protetor de Nossa Senhora da Penha.