Em um domingo de sol e esperança, ciclistas da Grande Vitória transformaram as ruas em um grande percurso de fé durante a segunda edição da Romaria dos Ciclistas, realizada nesta segunda-feira (28), como parte da programação da Festa da Penha.
Logo pela manhã, dezenas de apaixonados pelo pedal e devotos de Nossa Senhora da Penha se reuniram no Atlântica Parque, em Jardim Camburi, para iniciar o trajeto em direção à Prainha, em Vila Velha. A concentração começou às 7 horas, e a saída dos participantes ocorreu às 7h30, marcando mais um momento de união, espiritualidade e integração urbana.
A vice-prefeita de Vitória, Cris Samorini, destacou a importância da romaria como uma experiência que vai além do simples ato de pedalar. “É inspirador ver um grupo de pessoas abraçar este ato de fé com tanta entrega. A cada novo ciclista que se junta a esta jornada de reflexão, reacendemos a chama da esperança e reforçamos nossa capacidade de agir em prol de um bem comum. Sinto-me honrada em pedalar ao lado de cada um dos presentes nesta segunda edição, certos de que estamos fortalecendo nossa cidade e projetando Vitória como exemplo vivo de fé, união e compromisso social.”
A Romaria dos Ciclistas contou com apoio da Prefeitura de Vitória e integra o calendário oficial de ações de valorização do turismo urbano, estimulando a ocupação dos espaços públicos e o fortalecimento dos laços culturais e espirituais do povo capixaba.
O Secretário Municipal de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho, Luciano Forrechi, também ressaltou a abrangência do evento.
“Ter a Romaria do Ciclista saindo de Vitória é mais uma forma de fomentar e divulgar ainda mais essa festa tão importante para o Espírito Santo. Tradicionalmente, havia apenas uma romaria que não passava por Vila Velha, dificultando a participação de quem mora na Serra. Agora, com a saída de Vitória, atendemos também esses moradores, oferecendo um momento de fé, lazer e incentivo à qualidade de vida.”
A Romaria dos Ciclistas presta homenagem à padroeira do Espírito Santo e simboliza a união entre fé, tradição e cidadania. A expectativa é de que o evento continue se consolidando como uma das manifestações mais marcantes da Festa da Penha.
Para o Vigário Paroquial da Paróquia São Francisco de Assis, em Jardim da Penha, Padre Vitor Valentim, a romaria assume um significado especial. Recém-ordenado há sete meses, ele celebrou seu primeiro grande ato ministerial ao conduzir a jornada dos ciclistas. “É uma alegria conduzir esta romaria, especialmente neste início do meu ministério. A festa de Nossa Senhora da Penha alcança todos os públicos e, hoje, com este grupo expressivo de ciclistas, testemunhamos belos gestos de piedade e devoção. Ver tantos fiéis pedalando com terços nas mãos, elevando orações e agradecendo pelas graças recebidas, é algo que enche de júbilo o coração deste padre. Unidos em fé, seguimos rumo à Casa da Mãe, a Virgem das Alegrias, celebrando a vitória do Ressuscitado entre nós.”
Entre os participantes, as histórias de fé e emoção se multiplicavam. Para André Elias, morador de Vila Velha e estreante na romaria, a experiência foi profundamente tocante.
“É fantástico, maravilhoso. Em poucas palavras, é pura emoção. Há pouco mais de um ano perdi minha mãe, e há quase dez anos, meu pai. Sinto a ausência deles, mas sei que, onde estiverem, também estão orando por nós”, relatou, emocionado.
Outro estreante, Jair Silvestre, também de Vila Velha, participou acompanhado de um grupo de cerca de 35 pessoas, e descreveu a experiência como um momento de fraternidade e renovação espiritual. “É maravilhoso participar desta primeira Romaria dos Ciclistas. O principal é a fraternização, que nasce de um sentimento religioso muito forte. Cada pedalada é um gesto de fé e de união.”
Organização e segurança no percurso
Durante o trajeto, equipes da Guarda Civil Municipal de Vitória acompanharam os ciclistas, garantindo a segurança dos participantes e a fluidez no trânsito.
O percurso contemplou importantes vias da cidade: pela Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, os ciclistas seguiram até a Praça do Papa, de onde acessaram a Rua Clóvis Machado, próxima ao Palácio do Café, seguindo em direção à Terceira Ponte. A travessia foi feita de maneira compartilhada com os veículos, permitindo a liberação gradual das pistas à medida que a procissão avançava.
A Romaria dos Ciclistas reforça, mais uma vez, como tradição, esporte e fé podem transformar o espaço urbano em um grande palco de devoção, encontro e pertencimento.