Secretaria de Educação promove evento no mês de conscientização do autismo

Leonardo Silveira

Abertura do Abril Azul - Informação Gera Empatia, Empatia Gera respeito

Leonardo Silveira

Abertura do Abril Azul - Informação Gera Empatia, Empatia Gera respeito

“Informação gera empatia. Empatia gera respeito”. Com esse lema, a Prefeitura Municipal de Vitória abriu o Abril Azul, mês voltado à conscientização do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Em um evento realizado no auditório do Palácio Municipal, nesta quinta-feira (3), com a presença dos diretores das 104 escolas da rede municipal de ensino, a Secretaria Municipal de Educação destacou as políticas públicas e as iniciativas pedagógicas que vêm sendo implementadas para garantir um ambiente educacional mais acessível e acolhedor para todos os estudantes.

A solenidade contou com a presença do prefeito Lorenzo Pazolini, da secretária de Educação Juliana Rohsner, da secretária de Saúde Magda Lamborghini, do vereador Professor Jocelino, e da participação especial da diretora-presidente da AMAES, Pollyana Paraguassú, da professora da rede municipal Priscilla Castro, uma das vencedoras do prêmio Educador Nota 10 por práticas da Educação Especial, e do cofundador e CEO da Plataforma Jade, Ronaldo Cohin. Na ocasião, Cohin entregou ao prefeito Lorenzo Pazolini e à toda equipe da Educação municipal, uma placa que reconheceu Vitória como Cidade Amiga da Criança Autista.

No evento, os participantes ressaltaram a importância da colaboração entre a gestão pública, educadores e famílias para fortalecer a inclusão e ampliar as oportunidades das pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Na rede municipal de ensino de Vitória, 2120 crianças e estudantes com autismo estão matriculadas.

O prefeito Lorenzo Pazolini falou sobre o avanço da Educação Especial na cidade. “Vitória deu um salto extraordinário em inclusão, empatia e respeito, especialmente para aqueles que historicamente ficaram à margem da sociedade. Não existe uma fórmula única para atender todas as crianças neurotípicas, mas sim a necessidade de escutar, compreender e oferecer um atendimento individualizado. O trabalho desenvolvido nas escolas transformou vidas, quebrou barreiras e mostrou que inclusão é possível quando há sensibilidade e compromisso”, afirmou.

A secretária municipal de Educação, Juliana Rohsner, destacou o compromisso da cidade com a educação inclusiva. “Nosso compromisso vai além dos 200 dias letivos. Trabalhamos para garantir 365 dias de justiça, humanização e oportunidades para nossas crianças. Elas aprendem na escola, mas levam esse conhecimento para a vida, transformando o mundo com respeito e consciência. Vitória se tornou a primeira capital do Brasil a receber o título de Cidade Amiga do Autista, um marco que comprova nosso compromisso com a inclusão e a qualidade da educação”, ressaltou.

Durante o evento, a diretora da EMEF Rita de Cássia, Elaine Vieira, fez uma apresentação, mostrando o trabalho da Educação Especial com os estudantes da unidade, localizada no bairro Resistência. “A escola deve ser um espaço de acolhimento e respeito, valorizando as diferenças e criando um ambiente seguro e motivador. Os projetos pedagógicos são pensados para atender às necessidades individuais dos estudantes, celebrando suas conquistas”, disse. Como exemplo, ela compartilhou com orgulho a história de dois alunos com autismo que criaram seus próprios livros, destacando suas superações e criatividade.

A professora Priscilla Castro, uma das vencedoras do prêmio Educador Nota 10 por práticas da Educação Especial, destacou que muitas crianças com autismo não se comunicam da maneira tradicional, mas encontram outras formas de expressão. “É essencial adotar o papel de pesquisadora, observando como cada criança se expressa, brinca e aprende. Isso permite pensar de maneira mais assertiva e identificar novas possibilidades de aprendizagem. É importante olhar com atenção, pois muitas vezes olhamos, mas não vemos realmente. Precisamos romper com o piloto automático e estar totalmente presentes para entender e apoiar essas crianças de forma eficaz”, completou.

Plataforma Jade

O cofundador e CEO da Jade Autism, Ronaldo Cohin, também participou da solenidade. Ele, que tem um filho com Transtorno do Espectro Autista (TEA), desenvolveu a Plataforma Jade, um compilado de jogos e ferramentas para crianças e adolescentes com autismo e outras neurodiversidades. O objetivo era criar um mecanismo que oportunizasse um melhor aprendizado para o seu filho. O sucesso foi tanto, que a plataforma já tem reconhecimento internacional e está disponível e sendo utilizada em países de todo o mundo.

“Quando meu filho Lucas nasceu e fui descobrir que ele tinha autismo, senti a necessidade de fazer algo. Decidi voltar para a faculdade de Ciência da Computação e, durante o curso, tive a ideia de criar um projeto para essa área. Lucas adorava jogos, mas percebi que eles não traziam benefícios. Conheci a Joyce, neuropsicóloga, e juntos criamos o JADE. Embora o projeto tenha sido mal avaliado pela universidade, apliquei no prêmio Campus Mobile e ganhei. Isso mudou tudo, e hoje nossa tecnologia atende 180 mil crianças em 179 países”, destacou.

A Secretaria de Educação adquiriu a plataforma, desde 2024, para todas as Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs), com intuito de acolhimento, bem estar e acompanhamento ao processo de ensino aprendizagem aos estudantes autistas. O objetivo é estimular as funções cognitivas dos jogadores de forma gamificada e divertida.

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