Torta Capixaba se torna símbolo oficial de Vitória no festival de 2025

Marcos Salles

O segundo dia do Festival da Torta Capixaba, realizado nesta sexta-feira (18), na Ilha das Caieiras, entrou para a história de Vitória. A protagonista da festa, a tradicional torta capixaba, passou a ser oficialmente reconhecida como patrimônio cultural, material e gastronômico da capital.

A conquista foi oficializada com a sanção da Lei nº 10.165, assinada pelo prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, durante o evento. A nova legislação declara a torta como símbolo da identidade e da tradição da cidade. O ato foi acompanhado pela vice-prefeita, Cris Samorini, vereadores e lideranças comunitárias.

“Estamos celebrando um momento histórico para a cidade de Vitória. A torta capixaba, que representa a nossa cultura, a força do nosso povo e a tradição da panela de barro, agora é oficialmente patrimônio cultural e gastronômico do município. A nova orla trouxe vida e autoestima para a Grande São Pedro, e hoje vemos turistas de todo o Brasil conhecendo essa energia. Seguiremos unidos, com amor, acolhimento e desenvolvimento para a nossa cidade”, destacou Pazolini.

Cris Samorini também ressaltou a importância dessa lei para a comunidade. “Tenho um carinho enorme por essa região e ver tudo que está acontecendo aqui é emocionante. A nova orla representa transformação, inclusão e desenvolvimento para quem antes foi esquecido. Hoje, Vitória é referência nacional em diversas políticas públicas, unindo a cidade de forma real e afetiva. Esse festival marca um novo momento para a Ilha das Caieiras e para toda a Grande São Pedro. Que os turistas levem com eles não só o sabor da nossa torta capixaba, mas também o carinho e a representatividade do nosso povo”.

O festival também representa uma importante oportunidade econômica para os moradores da região, especialmente pescadores e marisqueiras, que encontram no evento uma fonte de renda extra e valorização do trabalho tradicional.

A desfiadeira Eliane dos Santos, liderança da comunidade, foi quem deu voz para todas as desfiadeiras da região. “Nós, desfiadeiras, somos guerreiras, fortes e protagonistas dessa história. É importante reconhecer o trabalho de quem veio antes, de quem lutou pela cultura e pela comunidade. Fundei a primeira associação de pescadores e desfiadeiras de siri, criei a cooperativa Siri na Lata e fui presidente da comunidade por quatro mandatos. Também estive à frente do Instituto de Desenvolvimento Social da Ilha das Caieiras, levando cultura e entretenimento ao nosso povo. Por isso, peço que respeitem a nossa história, porque ela foi construída com garra e muito trabalho”, declarou Eliane.

O Festival da Torta Capixaba segue até o domingo (20), das 9h30 às 18h, celebrando a gastronomia, a cultura e a identidade capixaba com foco na torta feita em panela de barro com ingredientes típicos da região. A programação conta com 35 barracas, 12 restaurantes, 11 atrações musicais e estrutura organizada pela Prefeitura de Vitória, com apoio da Aspemade, Movimento Comunitário da Ilha das Caieiras, Sicoob e supermercado Castelo.

Além da estrela principal, o público pode saborear pratos como moqueca, bobó de camarão, pastel de siri e empada de camarão. Os preços começam a partir de R$ 20, com o quilo da torta sendo vendido por cerca de R$ 180. Em 2024, foram comercializadas aproximadamente três toneladas de alimentos.

A Ilha das Caieiras recebeu visitantes de diversas regiões. Canelas-verdes, paraenses, teixeirenses, serranos, guaraparienses, entre outros turistas, prestigiaram o evento e conheceram o local que é palco de um dos pôr do sol mais bonitos de Vitória. “Sou de Teixeira de Freitas e estou amando passear aqui. Vou aproveitar todo o feriado em Vitória, e a orla era um dos lugares que eu não podia deixar de conhecer, por ser tão elogiada. Chegando aqui, entendi o porquê: é tudo muito bonito e bem estruturado, tem de tudo. E a moqueca estava uma delícia. Vitória está de parabéns”, disse a visitante Josselma Lima.